A esteatose hepática é uma condição do fígado causada pelo acúmulo de gordura no mesmo. Geralmente causada pelo consumo excessivo de álcool, a esteatose também pode surgir em várias outras situações, como em pessoas com colesterol alto, excesso de peso, diabéticos, etc.
O termo hepático tem origem grega e significa fígado. Esteato é o termo que indica relação com gordura. Portanto, esteatose hepática significa literalmente fígado gorduroso ou fígado gordo.

Não se sabe exatamente por que alguns indivíduos desenvolvem essa anomalia, mas algumas doenças estão claramente ligadas a este fato. Podemos citar:
- Obesidade. Mais de 70% dos pacientes com esteatose hepática são obesos. Quanto maior o sobrepeso, maior o risco.
- Diabetes Mellitus. Assim como a obesidade, o diabetes tipo 2 e a resistência à insulina também estão intimamente relacionados ao acúmulo de gordura no fígado.
- Colesterol. Principalmente níveis altos de triglicerídeos.
- Drogas. Várias medicações podem favorecer a esteatose, entre as mais conhecidas estão: corticoides, estrogênio, amiodarona, antirretrovirais, Diltiazen e Tamoxifeno. O contato com alguns tipos de pesticidas também está relacionado ao desenvolvimento da doença.
- Desnutrição ou rápida perda de grande quantidade de peso.
- Cirurgias abdominais, principalmente "bypass gástrico", retirada de partes do intestino e até cirurgia para remoção da vesícula.
- Gravidez.
Não é preciso ter alguma das condições citadas acima para ter esteatose hepática. Pessoas magras, saudáveis e com baixa ingestão de álcool também podem tê-la, apesar deste fato ser menos comum. A esteatose é mais comum no sexo feminino, provavelmente por ação do estrogênio.
A esteatose hepática não causa sintomas. Normalmente, o diagnóstico é feito acidentalmente através de exames de imagem, como ultrassonografias ou tomografias computadorizadas solicitadas por outros motivos. É importante destacar que através dos exames de imagem também nem sempre é possível diferenciar casos de esteatose, principalmente em fase avançada, da esteato-hepatite. A ultrassonografia, por exemplo, consegue-se ver bem a gordura, mas não possui sensibilidade suficiente para se descartar ou confirmar a presença de inflamação no fígado.
Geralmente é possível quantificar a quantidade de gordura acumulada no fígado. Os laudos costumam indicar esteatose hepática grau 1 (esteatose hepática leve) quando há pequeno acúmulo de gordura, esteatose hepática grau 2 quando há acúmulo moderado e esteatose hepática grau 3 quando há grande acúmulo de gordura no fígado. Essa graduação não tem muito peso, uma vez que o mais importante é a presença ou não de inflamação no fígado. O paciente pode ter esteatose grau 3 e não apresentar inflamação hepática, mesmo após 20 anos de acúmulo de gordura, o que o coloca sob baixo risco de evolução para cirrose.
Não existe tratamento específico para esteatose. O alvo deve ser o tratamento dos fatores de risco citados acima. A fase de esteatose pode ser reversível apenas com alterações dos hábitos de vida. A perda de peso é, talvez, a mais importante medida. Todavia, deve-se limitar a perda de peso ao máximo de 1,5 kg por semana para se evitar uma piora do quadro. A prática regular de atividade física também ajuda muito, pois diminui o colesterol e aumenta o efeito da insulina.
Em doentes com obesidade mórbida, a cirurgia bariátrica pode ser uma opção.
Deve-se controlar o colesterol, o diabetes, e se possível, trocar drogas que possam estar colaborando para a esteatose.
Medicamentos como metformina (em pacientes não-diabéticos), vitamina E e C, losartan e Orlistat (xenical) apresentam resultados controversos e ainda não há uma indicação formal para o seu uso.
Fonte: http://www.mdsaude.com/2009/08/esteatose-hepatica.html
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